Era uma vez um sentimento mal resolvido, escondido em baixo do tapete do quarto de uma criança linda de apenas 3 anos de idade.
Esse sentimento se chama FRUSTRAÇÃO.
Crianças ainda muito pequenas entram em contato com este sentimento, ele é o precursor de muitos outros. No entanto, a maioria dos pais que possam estar lendo esse texto neste momento fariam qualquer coisa para evitar esta experiência. Mas será que isso é positivo?
Podemos debruçar sobre este tema e especular o que se faz nestes momentos.
Quando uma criança sente a frustração a reação imediata é chorar, bater o pé e reclamar das mais variadas formas para conseguir o que deseja ou mesmo para expressar esse sentimento numa forma de contestar.
Por outro lado, quando um pai ou uma mãe percebe essa reação, outra reação imediatamente acontece na tentativa de consolar, minimizar ou mesmo evitar que tal sentimento tão injusto perturbe o coraçãozinho daquela linda criança. Afinal, também fomos crianças e temos boas ou más lembranças desses momentos dentro de nós. Como foi bom ser reconfortado e também como foi doído não ter sido reconfortado.
Porém..., agora é hora de parar e debruçado sobre o tema especular.
Quais frustrações podemos classificar como positivas ao desenvolvimento emocional de uma criança de 3 anos de idade? E quais podem serem negativas?
De cara posso afirmar que frustrações fazem parte da vida desde quando nascemos e aprender a superá-las nos tornam fortes, mas nem sempre é assim.., por isso se faz necessário especular antes, enquanto nada acontece, quando o ato de pensar pode na verdade nos preparar para uma situação possível.
Olhemos as frustrações como barreiras emocionais a serem transpostas, sejam por paciência, por cautela, por atenção, por merecimento, entre outras possibilidades positivas, elas trarão força, coragem, resignação, significados diversos..., e muito mais.
Se reconhece uma frustração positiva quando ela não abala a autoestima da criança, e como consequência daquele momento frustrante, se pode colher a superação como representação do sucesso e da felicidade, a médio e longo prazo isso se constrói. Entenda-se longo prazo sob a percepção da criança de 3 anos, como sendo poucos dias, uma semana no máximo. Porque esse tempo é mais que suficiente para um bom aprendizado, uma significação muito positiva, principalmente se acompanhado de carinho e confiança. Não é necessário recompensas, apenas significados pela espera, pela atenção, pelo capricho ou algo que o valha.
E agora, olhemos também as frustrações como imposição de alguém, de uma norma, de uma força superior em tamanho ou poder da natureza. Essa frustração pode ser positiva se bem explicada e orientada para resultar em amadurecimento, em criatividade, em reconhecimento da própria personalidade. Mas, sendo o contrário, fatalmente será negativa, dada a impossibilidade de compreensão e aceitação da criança. E como; fatalmente negativa, entenda-se como um trauma.
Neste momento se faz necessário muita habilidade para ressignificar a experiencia traumática e construir uma nova aceitação dentro do quadro.
Como reconhecer que uma frustração pode ser negativa e como evita-la quando possível?
Uma frustração é sabidamente negativa, quando logo de imediato afeta a autoestima da criança e fica evidente que esta criança não se sente mais capaz de algo, isso pode e deve ser evitado. Ninguém para ser forte precisa ser diminuído, intimidado, punido, excluído..., pode se abrir um leque enorme de situações vexatórias que crianças vivem e não precisariam viver. E perceber que isso deixa um rastro de autoestima destruída é responsabilidade dos pais.
Para evitá-las é necessário estar atento e presente no dia a dia da criança, observando os obstáculos e avaliando de perto aquilo que a criança pode e consegue superar, daquilo que ela não pode e nem deve ser exposta, e assim retirá-la do local/situação, com objetivo de proteção, no colo e com algo reconfortante que a alegre e a faça esquecer o quanto antes aquele momento difícil.
Isso é o que se faz na maioria das situações de frustração, mas devemos lembrar que apenas quando necessário isso é positivo, senão a criança fica frágil diante daquilo que ela mesma poderia superar sozinha.
Neste pequeno texto e nestas poucas palavras podemos avaliar se precisamos de ajuda terapêutica ou não na condução da educação das crianças com quem vivemos, pois é na infância que tudo isso se manifesta, para o bem ou par o mal.
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