O que é expressão? Um movimento grande ou pequeno?
Detalhes ou rompantes?
Esses dias, estava trabalhando com laptop, livros, cadernos. Meu filho Bento veio e sentou perto de mim. Logo pediu algo para comer. “Estou com muita fome, posso comer um babaloo?” ele disse. Respondi que “chiclete não mataria sua fome” mas que eu poderia pegar um “danoninho” para ele.
Peguei dois. Um pra ele e outro pra mim. Sentamos e comemos. Entre comer meu danoninho com gosto de infância, olhar para meu trabalho no computador e observar o Bento saboreando sua comidinha entrei num estado de suspensão. Congelamento e lentidão.
Meus olhos cruzaram com o do Bento e eu levantei a sobrancelha. Ele respondeu levantando a dele. Brinquei levantando duas vezes seguidas. Ele respondeu com duas levantadas também.
Dei risada e ele riu também da nossa brincadeira silenciosa. Ficamos levantando a sobrancelha como se estivéssemos conversando. Achei tão mágica essa interação. Como o movimento pequeno, mas certeiro combinado com o foco NELE, e em ninguém mais, abriu espaço para uma conexão. Eu disse: te amo filhote! Como quase tudo ele respondeu de volta “te amo!”
E, então, recomeçou a brincadeira, ele chamou com os olhos, eu respondi, ele riu... e dessa vez disse com mais certeza: Eu te amo, mãe!
Ouvi recentemente que “amor não é sentimento. É movimento”. O Amor se concretiza nas ações, no toque, na expressão da voz, do corpo. Seja por um gesto metafórico de ajuda ao próximo, seja pelo abraço e o toque acolhedor.
Esse movimento que só pode ser verdadeiro quando está em relação. Eu e o outro. O outro e eu.
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