Houve tempos em que esperei. Por companhia, momento, tempo, sincronicidade.
Tempos em que deixei pra depois. Depois da escola, da faculdade, da efetivação, da demissão, depois que tivesse um companheiro, que ficasse solteira.
Pois de sonho adiado morri.
Percebi que depois - o café esfria, o verão passa, o ritmo descompassa, as raízes afundam, a alma se distrai.
Aprendi que sincronicidade é questão de consciência e atenção.
Hoje eu vou.
Vou com o repertório que até aqui conquistei. Não é absoluto, mas é suficiente - é sincero.
Vou com minha mochila, tapetinho, música, um bom livro e caderno. Não falam, mas são bons parceiros.
Vou calçada mas de preferência descalça. Vou com minha coragem mas também carrego os meus medos.
Vou com o meu sorriso, entregue a afetar e ser afetada.
Vou de peito aberto, disponível pra tocar, trocar, sentir, expandir.
Diz um vídeo batido que "a peleja é longa mas no fim é só você contra você mesmo."
Penso que eu quem decido: se isso me soa penoso ou prazeroso.
Se no fim sou eu: contra ou comigo mesma.
Vou sozinha mas tô bem acompanhada.
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